segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz 2013!

E o ano chega ao fim. Nós, do grupo Mães Internacionais, que começamos de novo neste mês de dezembro, estamos, mais do que nunca, em uma nova onda. Esta energia renovada é o que esperamos de um Ano Novo. Para quem está com frio, com calor, com frio e calor humano ou mesmo em outro calendário, desejamos a força necessária para aproveitar as oportunidades que cada dia do novo ano traz. 

Por aqui, o ano vai começar com grandes novidades! Teremos novas seções e colunas fixas para este blog. Vamos falar sobre diversos temas, que em breve serão divulgados. Convidamos a todas as mães brasileiras que moram em outro país para escrever, colaborar, trocar experiências. Você não precisa ter blog para ser uma de nós, basta ter vontade de escrever e de contar um pouco do que tem vivido no país que mora. 

Nós recomeçamos por aqui, deixando claro que este é um projeto coletivo e colaborativo. Se você gosta, comente, compartilhe, chegue junto. Se você quer escrever, mande um e-mail que nós publicamos, é simples assim. 

E aguarde as novidades de 2013, que isso é só o (re)começo! 

Desejamos a todos um feliz recomeço, felizes momentos, felizes dias, um feliz ano todo! E, se o mundo não acabou, que venha um mundo novo ;) 



Essas são algumas das "Crianças Internacionais" desejando que em 2013 a vida seja assim,
linda, feliz e engraçada, exatamente como eles!



Coletivo Mães Internacionais

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Dedek Mraz e o Ano Novo na Eslovênia

- Olha o meu pesente do Camaráz!

Foi com esta frase que eu fui lembrada ontem que, definitivamente, minhas filhas estão incorporando as tradições do nosso novo país, a Eslovênia, e isso, é claro, porque eu de certa forma incentivo. Eu adoro conhecer novas culturas, seus costumes e tradições e sempre que posso levo as minhas filhas junto.

Quer saber quem é este tal "Camaráz"? Vem com a gente!

***

Desde que escrevi o post sobre Miklavž para este blog que venho querendo saber mais sobre o Dedek Mraz (Vovô Frio, em tradução literal), uma espécia de Papai Noel que vem no Ano Novo (que aqui se chama Silvestrovanje) para as crianças eslovenas. Ele traz presentes para os pequenos na madrugada de 31/12 para 1/1 e é conhecido hoje como o Papai Noel comunista, porque, nos tempos da ex-Iugoslávia, ele era - e pelo que tenho visto aqui continua sendo - muito mais popular que o Papai Noel símbolo da Coca-Cola (para quem não sabe, o Papai Noel como conhecemos hoje é fruto de uma campanha deste refrigerante).

Aliás, na Eslovênia (que fazia parte da Iugoslávia, como a Sérvia, Croácia, Bósnia, Montenegro e Macedônia) comunista, a Coca(-Cola) era substituída pelo refrigerante local, também comunista, a Cockta. Ou seja, aqui as tradições eram diferentes e mesmo hoje, 21 anos após a independência do país, continuam sendo. O Natal do dia 25 não é comemorado até hoje por muitas famílias e, mesmo as que comemoram, muitas esperam para presentear as crianças no ia 31. Outras, presenteiam nos dois dias, com presentes mais simples. E outras adaptam a tradição, como falarei abaixo.

Dedek Mraz é muito mais popular que o Papai Noel entre a criançada. E o governo, mesmo não sendo mais comunista, apoia isso, tanto que todo ano tem a cavalgada do Vovô Frio pelo Centro Antigo de Ljubljana, capital da Eslovênia. A cavalgada acontece do dia 26 a 30 de dezembro, sempre às 17h, nas margens do rio Ljubljanica e segue pelas principais praças da cidade. Eu estava ontem lá, com a minha filha caçula - a mais velha estava brincando na casa de um amiga e também já tinha visto o velhinho outro dia, também no Centro Antigo.

A cavalgada começa com uma bandinha anunciando a chegada do famoso Vovô, o que já dá o clima. Após passar a bandinha, vemos a carruagem, puxada por cavalos brancos, com o Vovô Frio, também vestido de branco (suas vestes remetem à neve e ao frio desta época do ano), dizendo "Živijo" (a pronúncia é "gíuio", mas quer dizer simplesmente "oi") para geral e distribuindo balas para as crianças.

Eu filmei, mas, como estava empurrando o carrinho e com frio, a filmagem ficou péssima, então mostro este vídeo do Youtube, que está bem parecido com o que vimos ontem ao vivo:



Clarice, 2 anos, ganhou uma bala, mas, como não sabia o que era (ela nunca comeu uma bala nem vê isso comumente), achou que era um presente. Trouxe o tal presente pra casa, brincou com ele um tempo e, só depois, observando a embalagem, que tinha uns desenhos de frutas, me perguntou se podia comer. Eu disse que não, que tinha caído no chão, e ela não insistiu. O fato de ter sido presenteada pelo "Camaráz", que foi a maneira que ela encontrou para dizer o nome do velhinho, foi muito mais importante que o presente em si. Depois ela ainda o definiu como "aquele Papai Noel que fala živijo".

E é este o Papai Noel que importa para as crianças eslovenas. Elas ficam loucas atrás dele, querem estar perto, cantar músicas com ele. Pedi a uma amiga, brasileira casada com um esloveno, que mora aqui há muitos anos e tem uma filha de 7, para me contar como é na família dela.

Segue o relato da Andrea Brilej sobre o Vovô Frio e o evento que a empresa onde o marido dela trabalha preparou. As empresas eslovenas, públicas e privadas, levam o Dedek Mraz lá para estar as crianças e dão um dinheiro extra para os pais as presentearem.

"O evento acontece todos os anos. As crianças recebem um convite em casa uns 10 dias antes. No convite sempre tem um cartão de uma cor. Isso para separar as crianças por idade e receberem presentes compatíveis com a idade. Sempre tem um peça de teatro antes, relacionada com o Natal e o Ano Novo. Božiček (Papai Noel) normalmente nem é mencionado.

Acho que nem se discute nas empresas se vai ser Božiček ou Dedek Mraz, porque sempre foi Dedek Mraz e não há motivo para mudar.

Aqui na Eslovênia as crianças só falam em Dedek Mraz. Quase no final da peca, e muitas vezes conectado a esta, ele chega. As crianças ficam eufóricas. Ele conversa um pouco com as crianças, cantam musicas juntos e  depois começa a distribuição de lembranças (são presentes bem simples), de acordo com a idade. As crianças, quando chegam perto dele, normalmente entregam uma cartinha, ou levam um "papo cabeça", explicando que foram boas e obedientes durante o ano e dizem o que esperam ganhar quando ele passar em casa. Na verdade eles acham que esse evento e um encontro para eles entregarem os "pedidos" e se explicarem para ele.

Os presentes são comprados pela empresa, mas normalmente são bem simples. Um quebra-cabeça ou uma camiseta. Os pais também recebem um bônus para cada criança, para presenteá-las no dia 31. As crianças ficam eufóricas  e mal podem esperar o dia e a "conversa" com ele. Também tiram fotos. Só fazem isso para Dedek Mraz. Papai Noel vermelho é um tanto ignorado por aqui. Na verdade, Tomaž disse que ele surgiu depois da independência da Eslovênia e praticamente não tem importância. Na época em que ele era criança, o Natal passava como um dia comum, não ocorria nadinha de especial, nem jantar nem reunião familiar. Ganhava um presente simples no Ano Novo e pronto.

A Clara acredita em Dedek Mraz. Ela acha que Božiček e o "dia" e não a "pessoa". Em muitas casas, eles anteciparam a passagem do Dedek Mraz para o dia 24-25, pois as crianças não aguentam esperar e ver muitos amiguinhos com presentes novos e ter que esperar ate o dia 31.

Aqui em casa, por eu ser brasileira, antecipamos, mas quem vem é o Dedek Mraz. A Clara ainda deixa um prato com biscoitinhos separado para ele fazer um lanchinho, mas geralmente a passagem e tão rápida que ele só tem tempo de morder um biscoito e ela até hoje não o viu.

Estou ate feliz de não estar no Brasil agora, pela quase "obrigação" de presentear todo mundo, o que me deixa muito irritada. Acho que muita gente não entende isso. Sinceramente, o próximo Natal que passar no Brasil, vou propôr à minha família um Natal apenas com reunião familiar e sem presentes. Presente só nos aniversários.".

***

É isso, gente. E eu este ano paguei o mico de pedir para tirar uma foto com ele, só para mostrar para vocês. A Ciça, 5 anos, estava com vergonha, não queria ir de jeito nenhum, mas o Dedek Mraz a intimou e ela foi. Ficou toda contente depois - e teve a oportunidade de estar com ele de maneira mais próxima, já que a cavalgada é muito disputada.



Dia 31 está chegando, façam seus pedidos, quem sabe o Vovô Frio te faz uma surpresa?

Paloma Varón - Mãe de Cecília e Clarice. Nasceu em Salvador, morou em São Paulo, onde nasceu a primeira filha, e em Brasília, onde nasceu a segunda. Mudou-se com a família, em janeiro de 2012, para Ljubljana, capital da Eslovênia, onde tem aprendido a ser expatriada (se é que isso se aprende), a falar esloveno (idem) e a rir dos perrengues quando não pode evitá-los. Escreve o  www.fotocecilia.blogspot.com.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Então NÃO é Natal. Nem Ano Novo.

Então, como já é sabido por algumas pessoas, eu não nasci judia... Eu fui batizada, fiz eucaristia, até estudei em colégio de freiras quase que a minha vida inteira - e não tinha nenhum problema com isso. Minha família nunca foi religiosa, nunca nos levou à igreja, meu pai era e toda a família dele é espírita, enfim, o convívio lá em casa era mais com D-us do que com qualquer religião ou costume.

Hoje eu dia eu sou tão judia e tão israelense que nem me lembro que um dia não fui. Eu comemoro, junto com o país, os feriados judaicos como se nunca tivesse não comemorado, como se eles sempre tivessem feito parte da minha vida. Às vezes acho isso bizarro, como eu não me sinto estranha, como eu não me sinto um peixe fora d'água? E a verdade é que não me sinto mesmo.

Mas, enfim, o ano todo passa assim, nossos feriados geralmente concentrados entre abril e maio e depois em setembro e outubro, e no resto dos meses eu morro de inveja do resto do mundo que sempre tem uma folguinha aqui e ali...

Nosso calendário é diferente do gregoriano, adotado no mundo todo. Nosso Ano Novo é comemorado em meados de setembro ou outubro e já estamos no ano 5773! Contei um pouco sobre essa festa aqui.

Mas aí chega dezembro e, com ele, as festas de final de ano no resto do mundo. E aí a coisa pega. Todo ano eu me prometo que no próximo eu estarei no Brasil, não para "celebrar" nada, mas para estar no clima, com a família e os amigos.

Aqui, os dias 24, 25, 31 de dezembro e 1º de janeiro são como qualquer outro. Não tem decoração nas ruas, não tem propaganda de Natal, ninguém está estressado fazendo compras, não há reuniões de empresas nem amigo secreto entre os colegas de trabalho, não tem nem Sidra nem peru - e nem chester pra vender! E todo mundo trabalha direitinho, como gente grande!

Aí vão vir os críticos me contradizer e me lembrar que entre os russos e os árabes católicos por aqui (e são muitos!) há, sim, festas, comidas típicas e decoração. Tá bom, tá bom, mas eu não tenho um círculo de amigos russos e árabes (talvez seja uma boa idéia) e até tem um Papai Noel magrelo e feinho aqui e ali nos supermercados russos, mas não, eles não se fazem notar na minha vida. 


Algumas fotos de um supermercado russo aqui em Netanya, tiradas na véspera do Natal:





E eu nunca fui muito fã dessas datas não... Passados os anos onde a fantasia e a magia tomavam conta do Natal, eu até ficava meio deprê, até chorava algumas vezes. Mas já há alguns anos que essa falta do clima todo toma conta de mim nessa época.

Talvez seja apenas inveja do pessoal que vai sair de férias pelo menos por uns dias e do clima que antecede essa tão desejada folga. Talvez seja aquela bobeira de "quando estamos longe é que damos valor", talvez sejam saudades mesmo. Saudades do cheiro da rabanada, das frutas de Natal (aqui temos cereja em julho - o verão - e o cheiro dela sempre me lembra o Natal), dos fios de ovos, que eles nem conhecem por aqui, do panetone, da casa que minha mãe sempre fez questão de decorar da maneira mais linda que ela podia pro Natal, da curtição com a família, das minhas primas, que sempre moraram fora e vinham pras festas, do macarrão com molho branco que minha avó sempre fazia no almoço do dia 25, de morrer de rir das besteiras que meu avô falava e do jeito que ele cantava Frank Sinatra tudo errado, da minha tia se superando nos pratos a cada ano, de viajar pra Santos e curtir a virada do ano com a família do meu pai, na praia, vendo os fogos. Ou de ter outros planos e passar com “a galera”, em Ubatuba, em Floripa... Da calcinha cor de rosa, verde, amarela, branca... dos abraços e da esperança de que aquele sim, seria um ano bom.

E tudo isso me faz falta hoje. Eu passo horas revivendo tudo na minha cabeça, sentindo os cheiros, relembrando tudo. Fico um pouco triste em saber que hoje em dia cada pessoa da minha família está praticamente em um país, ou se foi. Por outro lado, fico muito feliz por ter tantas coisas legais pra lembrar. Eu acho que, com o passar dos anos, nós ficamos mais e mais próximos das influências que tivemos na infância, dos nossos pais, das nossas famílias, dos "nossos", na melhor definição dessa palavra. E nessas horas que a gente sente mais falta disso, dos costumes, das tradições.

Meu filho, meus filhos, vão ser criados como judeus, disso não há dúvidas. Vão viver e comemorar os feriados judaicos, que são também muito ricos em história e costumes, mais até do que os católicos. Faço questão de criar tradições pra cada uma das nossas festas, faço questão de tecer, junto com o meu marido, as lembranças felizes deles nessas datas. Mas sempre que puder, eu quero estar no Brasil nessa época do ano com eles. Vou explicar que esses não são feriados nossos, que não acreditamos no que está sendo comemorado, mas que, como a família da mamãe comemora, os primos deles (botando fé nas minhas irmãs que não casaram até agora...) comemoram, e eles podem sim viver um pouquinho da magia que é o Natal, Papai Noel, família reunida, comida boa, pular 7 ondas etc.

Ninguém vai ser menos judeu por isso. Acho que por ter o background não judaico, eu detesto o radicalismo de umas pessoas, israelenses ou não, de esconder ou querer negar que existem outras religiões bem pertinho de nós. Parece que é um pouco de medo de enfraquecer perante o novo, de de repente começar a acreditar no que "não deve". Eu já acho que o que é sólido não se perde e, se se "perder" (vide a minha própria história), é porque assim que tinha que ser. E ninguém é mais ou menos por acreditar em coisas diferentes.

Não estou na Brasil mais uma vez nessa época do ano. Poderia ter ido, mas preferi chegar quando a loucura toda passar, na metade de janeiro. Como tenho poucas semanas para estar lá, achei mais inteligente chegar quando minha família e meus amigos estiverem livres do stress, das compras, das confraternizações de Natal. Meu filho também é pequeno e ainda não entenderia nada, então posso deixar pra aproveitar toda a “magia” do Natal no ano que vem ou no outro. Mas, este ano, envolta nos preparativos da viagem, tenho tido menos tempo de ficar melancólica. Logo, logo, estaremos juntos de novo.







Luciana Almeida Tub - Nascida em São Paulo, viveu em Campinas e há 7 anos mora em Israel. Casada com um uruguaio e mãe do Uri, que nasceu em fevereiro de 2011. No seu blog, conta um pouco da vida de uma mãe em Israel - Mamash

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Resultado do sorteio do livro do Monteiro Lobato

Em comemoração aos 1000 fãs da nossa fanpage no facebook, resolvemos sortear um livro do Monteiro Lobato. 

E a ganhadora foi...



Ana Paula Risson, da Holanda! 

A Ana Paula escreve o blog De unha feita em Amsterdam e já participou de duas postagens aqui no MI: Uma sobre o Sinterklass e outra recente, com a receita das panquecas de "sobras" de peru; além da Blogagem Coletiva do mês de Dezembro.



Parabéns, Ana!! Esperamos que a Julia e o Miguel curtam muito o livro. 

Vamos entrar em contato com você para pegar os detalhes para o envio, tá?


E aguardem, em 2013 teremos muitas outras surpresas para todos!!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A casinha da história de João & Maria e o Natal

Na semana passada, os contos dos irmãos alemães Jacob e Wihelm Grimm completaram 200 anos de sua primeira publicação. Além da história de João & Maria, eles são autores de outros clássicos como Rapunzel, Chapeuzinho Vermelho e Cinderela. 

Não se sabe bem por que aqui na Alemanha se fazem casinhas da bruxa da história de João e Maria (Hensel und Gretel, em alemão) no Natal. Provavelmente por ser feita com o Lebkuchen ou Gingerbread, que são o material perfeito para se construir essas casinhas deliciosas!


O Lebkuchen é um doce típico consumido na Alemanha e outros países europeus. Feito em diversos formatos e decorações, é muito usado para presentear. Nos mercados de Natal você encontra muitos bolos em formato de coração com diversas decorações. Kuchen quer dizer “bolo” – daí vem o nome “cuca” utilizado para alguns tipos de bolo das regiões de colonização alemã no Sul do Brasil.

Aqui na Alemanha você encontra nos supermercados os sets já prontos, mas também é possível fazer você mesma. Por falta de tempo, eu optei esse ano em comprar um set pronto e montei com as crianças no final de semana: foi uma diversão só.




Para quem quer fazer em casa aqui uma receita básica:

Ingredientes: 

100 g de mel
175 g de açúcar mascavo
1 ovo inteiro
1 colher (sopa) de suco de limão siciliano
1 colher (chá) de raspas de limão siciliano
1 colher (chá) de gengibre em pó
350 g de farinha de trigo
1 / 2 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de canela em pó
1 colher (chá) de cravo em pó
1 colher (chá) de pimenta da Jamaica em pó
1 colher (chá) de noz-moscada em pó
3 pedaços de casca de frutas cristalizadas
30 g de avelãs picadas 

Modo de preparo:
1. Em uma panela média, leve o mel para ferver. Após fervido, retire-o do fogo e acrescente o açúcar mascavo, o ovo, o suco e as raspas de limão. Em uma vasilha grande, misture a farinha, o bicarbonato de sódio, a canela, o cravo, a pimenta e a noz moscada. Junte todos os ingredientes, inclusive o mel com o açúcar. Misture bem, acrescente a avelã e os pedaços de laranja cristalizada. Cubra esta massa e deixe-a na geladeira durante a noite. 

2. Preaqueça o forno em temperatura média (180C). Unte um tabuleiro. Separe a massa em partes pequenas. Em uma superfície enfarinhada, pouco a pouco, abra cada pedaço da massa com 5 cm de espessura. Corte a massa aberta em retângulos do tamanho que você quer fazer as paredes e o teto da casinha. Não os coloque muito juntos no tabuleiros. 

3. No forno preaquecido, asse os bolos por 10 a 12 minutos ou até que estejam secos. Remova-os do forno rapidamente e deixe que esfriem. 



FELIZ NATAL!


Claudia Bömmels - Depois de morar doze anos em Zurique, há cinco respira os ares de Berlim. Mora nessa cidade fantástica com a família. Escreve suas aventuras de viagens no www.euseionde.com e em dezembro de 2012 lançou uma revista virtual: Brasileiros Mundo Afora

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O que fazer com o resto do peru? Panquecas!


Sobrou peru? Que bom! 

Vi essa receita no ano passado, em um programa de Natal com o Jamie Oliver. Quer dizer, quem viu mesmo foi o marido, que me chamou correndo e pediu para eu fazer. Como no Natal aqui sempre tem peru (e sempre sobra), achei uma boa ideia adaptar a receita ao nosso paladar. E deu certo, tão certo que esse ano vou repetí-la com certeza. Você pode servir apenas com salada ou com panquecas (bem fininhas).

Ingredientes

· Carne de peru desfiada (aproximadamente 3 xícaras)

· 1 xícara de castanha de caju

· 1 xícara de cranberries secas (se não tiver, substitua por uva passas ou outra fruta seca de sua preferência)

· Hortelã fresca (uma mão cheia)

· Coentro fresco (uma mão cheia)

· Mistura de saladas de sua preferêcia (rúcola, alface, espinafre; aproximadamente 4 mãos cheias)

· 1 colher de sopa de mel

· 1 pimenta vermelha (tipo chili), picada sem sementes (eu não uso a pimenta quando sirvo para as crianças)

· Sal e pimenta para temperar

Para o molho 

· Suco de uma tangerina

· Suco de um limão

· Meia romã

· Meia cebola roxa, picada

· Azeite

· 1 colher de sopa de molho shoyo

· 1 colher de sopa de óleo de gergelim

· 1 pedaço (3 cm) de gengibre, descascado e ralado

Como fazer 

Coloque a carne do peru, já desfiada, em uma frigideira em fogo médio (não precisa colocar óleo). Adicione as castanhas de caju e as cranberries secas. Misture tudo e deixe a carne “fritar”. Mexa a panela de vez em quando para não queimar.

Em um recipiente para saladas, misture as folhas de hortelã e a maioria do coentro com o restante da salada. Em outro recipiente prepare o molho: misture o suco do limão, o suco da tangerina e o suco da romã (esprema a romã usando sua mão como peneira para que não caia nenhuma semente). Adicione a cebola, o shoyo, o óleo de gergelim e por fim o azeite – a receita indica 3 partes de óleo para 1 parte de ácido, mas fica ao seu gosto! Eu coloquei duas vezes mais azeite que ácido. Por fim, coloque o sumo do gengibre ralado. Misture tudo muito bem e tempere com sal a gosto. Misture o molho com a salada.

Voltando para a carne: adicione o mel e aumente o fogo. Quando o peru estiver bem sequinho (quase crocante), desligue o fogo e misture a carne com a salada.

Para dar o toque final: salpique o restante do coentro, a pimenta picada e umas sementes de romã sobre a salada.

Sirva imediatamente!

Se você for servir com panquecas, faça as panquecas antes de preparar a carne.

Coloque as panquecas já prontas na mesa junto com a carne e a salada e deixe que cada um enrole sua própria panquequinha. Fica parecido com um wrap. É bem gostoso e nada pesado.

Foto jamieoliver.com



Ana Paula Risson - Paulistana que há 10 anos se apaixonou por um holandês e pela Holanda. Sua história de amor segue há quase 9 anos em Amsterdam. Casou com o tal do holandês e hoje tem dois filhos lindos: a Julia e o Miguel. Como adora escrever, resolveu criar um blog para dividir a vida holandesa www.deunhafeita.blogspot.com

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O Natal nos EUA

Principal berço da sociedade de consumo, os Estados Unidos valorizam o Natal da maneira mais ampla possível. Curiosamente, não se trata do feriado mais importante para os americanos - o Thanksgiving (terceira quinta-feira de novembro) tem o costume de unir mais as famílias em torno de um ritual de agradecimento, sem vocação religiosa. Apesar disso, o país conta com um conjunto de tradições natalinas interessantes que marcam a época de maneira única e intensa.

O Natal por aqui começa por volta de setembro, quando já é muito comum encontrar nas lojas de departamento os enfeites e produtos típicos. A passagem definitiva ocorre justamente após o Thanksgiving, quando as famílias se reúnem para organizar a casa. Essa etapa é considerada muito importante, pois é quando a magia do Natal renasce a cada ano para as crianças. Elas ajudam os pais a enfeitar árvore, normalmente comprada em fazendas de pinheiros naturais dias antes, e a cozinhar os gingerbread cookies (biscoitos doces à base de massa de gengibre, igualmente usados para enfeitar a árvore). Os nutcrackers (quebra-nozes) também fazem parte da decoração.



Também é geralmente nessa ocasião em que os pequenos penduram suas meias (os stockings) na lareira - normalmente são preenchidas com balas, chocolates e pequenos materiais de papelaria - começam a fazer o Calendário do Advento, que inaugura a contagem regressiva para o dia 25, e escrevem suas cartas pedindo os presentes para o Papai Noel. Como parte dos preparativos, as crianças ajudam a montar e decorar a gingerbread house, um kit que incluiu uma casa à base desses biscoitos, ornamentadas com balas, jujubas e glacê. Nós temos o hábito de fazer a coroa do Advento, mas não sei se a maioria das famílias americanas também faz. 



Nos EUA, há crianças de 10 anos que acreditam, de fato, na existência do Bom Velhinho e de todo o seu ritual: na madrugada de 24 para 25, o Santa Claus sobe no telhado, desce pelas lareiras das casas (acessório presente em praticamente todas elas) e coloca os presentes ao pé da árvore. Tanto que, no dia 24, os pequenos costumam deixar um copo de leite e um pratinho de biscoitos em cima da lareira como gesto de gratidão ao glutão de roupa vermelha. No dia 25, pela manhã, as crianças, ainda de pijama, se dirigem a árvore e --pumba! - os presentes estão lá, e o copo de leite, vazio, e, dos biscoitos só sobram os farelos. A mise-en-scène tem de ser perfeita...

O mito do Papai Noel também gira em torno da expectativa de as crianças saberem se, de fato, terão os pedidos da carta atendidos. Para aqueles que tiverem se comportado ao longo de todo o ano (the nice kids), os presentes desejados terão sido entregues. Agora, para os desobedientes (the naughty kids), o Santa Claus deixa um pacote com uma... pedra de carvão! O fato de alguns pais levarem isso realmente a sério (e de também não carregarem suas crianças durante as compras de Natal) ainda gera ansiedade e contribui para perpetuar a magia.
Como consequência disso, o Natal por aqui é celebrado pelas famílias com um almoço tardio (14h-15h) no dia 25, em que normalmente é servido peixe, e não peru. 

Nas escolas, o Natal é normalmente celebrado com uma cerimônia simples no auditório, em que as crianças costumam cantar as tradicionais canções natalinas americanas. Depois, é servido um café da manhã. São igualmente lembradas celebrações realizadas por outras religiões na mesma época, com o hannukah (judaica) e o kwaanza (afro-americana). A escola também expõe decorações que remetem a essas festividades.


· Lívia Lima é mãe da Carol, de 6 anos, e mora há 4 em nova York. Incorporou alguns costumes americanos sem esquecer dos brasileiros. Vive a vida com uma leveza invejável e conta um pouco da sua experiência como mãe expatriada no blog www.coisasdecarolinda.blogspot.com.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Por que as pessoas ficam deprimidas no Natal?

Temos em mente que o Natal deve ser o momento mais feliz do ano, uma oportunidade de ser feliz e grato à família, amigos e colegas. No entanto, para algumas pessoas, esta época é uma das mais temidas. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde, o Natal é a época do ano que as pessoas experimentam uma alta incidência de depressão. Hospitais e policiais relatam alta incidência de suicídio ou tentativa de suicídio. Os colegas psiquiatras, psicólogos e outros profissionais de saúde relatam um aumento significativo em pacientes com queixas sobre a depressão desta época do ano.

Por quê? É o Grinch em pleno vigor durante a temporada? É por causa do clima de inverno escuro que aumenta a incidência da chamada “Seasonal Affective Disorder (SAD)”? Certamente esses podem ser alguns motivos que justificam o aumento da tristeza em muitos corações, mas me parece que existem outros fatores que auxiliam. 

Muitas pessoas alimentam durante o ano todo expectativas irrealistas e, na iminência do final do ano, percebem que não as realizaram, causando um excesso de autorreflexão. E como todo pensamento em excesso tende a ser danoso, isso pode desencadear estados emocionais depressivos.

Para algumas pessoas, o Natal provoca raiva por causa da excessiva comercialização, com o foco em presentes e a ênfase nas "perfeitas" atividades sociais. Outros ficam deprimidos porque o Natal parece ser um gatilho para se envolver em excessiva ruminação sobre as insuficiências da vida, em comparação com outras pessoas que parecem ter mais, fazer mais, gastar mais e por aí vai. Outros ainda ficam ansiosos no Natal por causa da pressão auto-induzida para gastar um monte de dinheiro em presentes para uma lista infinita de pessoas. 

Algumas pessoas relatam que temem o Natal por causa das expectativas para reuniões sociais com familiares, amigos, colegas de trabalho e conhecidos, que muitas vezes preferem não estar confraternizando junto. E, finalmente, muitas pessoas se sentem muito sozinhas e deprimidas no Natal, porque sofreram a perda de entes queridos ou de seus empregos ou mesmo moram longe da família. 

Então, o que você deve fazer se está entre aqueles que ficam deprimidos no Natal? Aqui algumas pequenas sugestões que espero poder ajudar em algo:

1. Em primeiro lugar, se a depressão é grave, procurar a ajuda de um profissional de saúde mental qualificado. Não espere que o tempo faça você se sentir melhor.

2. Estabeleça limites pessoais a respeito do dinheiro gasto em presentes e em número de eventos sociais. Esta é uma época para relaxar e não acrescentar mais estresse à sua vida.

3. Não busque a representação "perfeita" de Natal que os meios de comunicação, instituições ou outras pessoas tentam fazer você acreditar. Baixe suas expectativas e seja realista com que está ao seu redor e disponível para você. Esteja presente e aproveite cada momento da melhor maneira possível;

4. Faça doações para pessoas menos afortunadas. Aproveite a época para ajudar quem precisa. Quando ajudamos as pessoas, nos sentimos mais felizes; 


5. Seja grato pelo que você tem em sua vida, em vez de se concentrar no que você não tem; 

6. Evite ruminação excessiva sobre a sua vida. Outro ano está por vir, e o que não deu tempo de fazer no ano que está acabando, poderá ser iniciado no próximo. Nunca é tarde para fazermos o que queremos e nos deixa felizes;

7. Tome uma atitude diferente. Faça coisas interessantes e divertidas, coisas que você gosta e que lhe trará um belo sorriso ao rosto;

8. Se você é religioso, participe de atividades da sua igreja. Elas costumam mostrar uma outra perspectiva sobre a época;

9. Se você está longe da família e isso o entristece, lembre-se que a distância é apenas física e há muito o que pode ser feito para estar por perto. Ligue, visite, escreva, mande pequenos presentes ou cartões de Natal. Faça algo simples que o faça lembrar que esta conexão não é afetada apesar da distância.

10. Concentre seus pensamentos em todas as coisas boas sobre o Natal – esta poderá ser uma boa a oportunidade para você se envolver em bondade, generosidade de espírito e de gratidão para com os outros.

A temporada de Natal tornou-se um momento difícil para muitas pessoas em nossa sociedade. Para aqueles que não têm dificuldades nesta época do ano, esta é uma boa oportunidade de ir ao encontro dos que se tornam deprimidos e tentar ajudá-los.

Para quem está deprimido, esta época é uma boa oportunidade para pensar, sentir e agir de forma que se liberte do passado e olhe para o futuro com mais positividade. Cada novo ano que começa é um sinal da vida nos dizendo que estamos aptos a seguir em frente em busca dos nossos sonhos e do que nos deixa feliz.



Lila Rosana, sim, Lila é mesmo seu nome e ela o ADORA. Nasceu em Belém do Pará, se casou com um paulista, morou em Fortaleza, onde nasceu o Giovanni. Hoje vivem tranquilos no Canadá. Escreve o blog Conversando com os Pais, que surgiu do trabalho de orientação de pais que fazia no Brasil


Imagens daqui, daqui e daqui.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Papai Noel existe e é meu vizinho!


Cresci ouvindo que o papai Noel morava no polo norte e foi somente há uns 5 anos que soube da verdade - o Papai Noel é meu vizinho! O Joulupukki (Papai Noel em finlandês) mora com sua esposa e as suas renas em Korvatunturi na Lapônia, norte da Finlândia. Korvatunturi significa "monte com ouvidos", nome conveniente, já que ele precisa ouvir os pedidos das crianças do mundo inteiro J.

A Finlândia tem tudo o que é necessário para criar um típico espírito natalino: um clima frio (alguns dias -25°C), uma escuridão (só há luz entre 10h e 14h) que faz com que as muitas luzes de Natal brilhem mais intensamente e um povo que adora celebrar o Natal!

Imagem de arquivo pessoal

A cidade do Papai Noel é uma atração que, todos os anos, atrai milhares de turistas e quem já visitou afirma que é impossível não acreditar no bom velhinho de barba e cabelos brancos, pois o clima na pitoresca cidade é mágico! Ainda não tive a oportunidade de visitar “o meu vizinho”, mas todos os anos escrevo a minha cartinha para ele, se você também quiser escrever para o Papai Noel anote o endereço:

Santa Claus
FIN-96930 Arctic Circle
Rovaniemi - Finlândia

E não se preocupe se você não fala finlandês, o Papai Noel tem vários ajudantes que falam muitos idiomas e com certeza ele irá ler sua cartinha!

Cidade do papai noel no mês de dezembro

A vantagem de ter o Papai Noel como vizinho é poder receber a visita dele na véspera da noite de Natal, não sabiam? Bem, como eu falei no início os finlandeses adoram celebrar o Natal e têm seus próprios costumes que fazem do Natal uma data tão especial e esperada por todos: crianças, jovens e idosos. Tudo começa no primeiro dia do mês de dezembro, quando as casas recebem a decoração especial da natureza: a neve! Algumas vezes neva no mês de novembro, mas logo derrete com a chuva, mas a neve que chega em dezembro (esse ano chegou exatamente no dia 1° de dezembro)  vem pra ficar e clarear os dias escuros. As casas recebem uma decoração toda especial que vai desde as cortinas aos típicos enfeites natalinos.

As janelas geralmente são ornamentadas com esses candelabros de luz que imitam velas!



A véspera do Natal (dia 24 de dezembro) é um dia todo especial, principalmente para as crianças. Ao contrário dos brasileiros que acreditam que o Papai Noel só chega quando todos estão dormindo, porque não pode ser visto, aqui ver o Papai Noel é requisito obrigatório para um Natal típico e feliz. Neste dia os pais com as crianças preparam biscoitos de Natal e a ceia natalina (que eu prometo explicar como é em outro post) e quando tudo está pronto é o momento da sauna em família, porque celebração especial sem sauna não é celebração. A ceia natalina é servida por volta das 18h e logo em seguida todos se sentam na sala, próximos à árvore de Natal (que geralmente é um pinheiro de verdade) e o grande momento chega: o Papai Noel visita a casa para trazer os presentes! É um momento lindo e verdadeiro! Muitas crianças percebem que é o pai (tio, primo, avô) que está vestindo a roupa do Papai Noel, mas nem por isso este momento perde a magia, pois elas sabem que o verdadeiro Papai Noel, que está lá na Lapônia, pediu uma ajudinha ao papai da família para conseguir entregar todos os presentes!

Na cidade de Turku, localizada no sudoeste da Finlândia, todos os anos um grande pinheiro de verdade é colocado em frente a uma das mais antigas igrejas luteranas da Finlândia, a Tuomiokirkko, que recebe cerca de 720 luzes de Natal. Eles valorizam tanto este momento que o corte do pinheiro, o transporte até à igreja e a decoração do mesmo é notícia em todos os jornais. Obviamente, os “donos da floresta” de onde o pinheiro foi retirado ficam extremamente felizes em poder colaborar com algo tão grande.


Na cidade onde moro, Tampere, é montada uma feira “regional” natalina no centro da cidade, chamada de Joulutori (mercado de Natal). Infelizmente não pude tirar fotos dos trabalhos lindos que podem ser vistos por lá - por serem todos artesanais os artesãos não permitem fotos. Mas além de pequenos presentes, também encontramos doces típicos, roupas feitas com lã e pele de rena (especialmente para o inverno), um mini pônei numa linda carruagem que faz a diversão da garotada por apenas 4 euros J e uma casa típica da cidade do Papai Noel.

 Árvore de Natal no centro de Tampere – imagem de arquivo pessoal

Entrada do “Mercado de Natal” – imagem de arquivo pessoal

Casa típica da Lapônia, mas em algumas casas de verão são usadas apenas como sauna – arquivo pessoal

O mini pônei – arquivo pessoal


Sandra Kautto - Esposa de um finlandês lindo, que encontrou perdido lá no meio da selva amazônica, e mãe do Elias. Mora no país do Papai Noel, a Finlândia. Escreve o blog Made in Brazil.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dicas para fotografar no Natal

Fotografar é sempre uma delicia! E no Natal, então, ficamos ainda mais dispostos a clicar sem parar a família reunida, as crianças junto à árvore de Natal e toda a magia que envolve as festas de final de ano.

Para dar tempo de as suas fotos saírem lindas, vou passar algumas dicas básicas e ideias diferentes que dá para fazer com qualquer câmera.

Crianças

Fotografar crianças é sempre um desafio, elas não param e quando você pede para dar um sorriso, sempre sai algo forçado. Então que tal fazer algo diferente? Fotografe as crianças colocando os enfeites na arvore, abrindo os presentes pela manhã, lendo um livro de Natal, fazendo biscoitos na cozinha; sempre com muita ação e - por que não? - muita bagunça.

Foque sempre nos olhos. Crianças têm olhar mágico. Tente capturar aquela carinha inocente, faça uma pergunta sobre qual o brinquedo ou o filme de que ela mais gosta e, quando ela fizer aquela carinha para pensar , clique.

Quer uma foto com uma risada ou sorriso sincero e espontâneo? Pergunte qual a música preferida da criança e cante uma parte dela ao contrário. Ou, por exemplo, troque o pato da musica por sapo! Mas isso é válido mais para crianças menores, pois os grandinhos não terão muita paciência.

Com certeza suas fotos sairão lindas, espontâneas e sempre que vistas trarão o momento de volta. Porque fotografia é para isso, relembrar. E relembrar a infância é uma delicia! 





Iluminação

Claro que não podem faltar todas as luzinhas das ruas e da árvore em casa. Para que as fotos saiam perfeitas, coloque a sua câmera no modo noturno (sem flash), deixando assim que as luzinhas também apareçam. Às vezes, para as fotos não ficarem borradas, é preciso usar um tripé ou um apoio qualquer para a câmera, como uma mesa, um parapeito, uma prateleira mais alta. 




Família

Fotografar a família inteira é sempre um problema e, claro, rende muitas risadas. O pai não para de falar, a prima tenta esconder o corpinho para não aparecer cheinha, o avô não larga a coxa de peru por nada neste mundo, uma farra só.

Para que essa foto não saia tremida, uma ótima alternativa seria usar um tripé ou então apoiar a câmera na mesa e - por que não? - programá-la no automático e correr para sair junto na foto.

Não esqueça de que é preciso muita paciência para tentar pelo menos umas 5 vezes. E, claro, nada de estresse, porque e tempo de festa!

Detalhes

Com este clima todo em volta, não se esqueça de fotografar todos os detalhes. Sejam os bichinhos de estimação, sejam os presentes em volta da arvore de Natal, as luzes bem de pertinho, a caneca de chocolate quente com muito creme para quem mora em países mais frios. Fotografe tudo o que você achar bonito e tudo que você ou alguém da sua família levou um tempo para fazer, pois nada melhor do que ver aquela foto bonita da mesa toda posta e comidas deliciosas que você passou o dia preparando. 




Por ultimo, mas não menos importante: aproveite cada momento dessa data tão bonita. E Boas Festas!



Dani Cassar é mãe da Izabella Francesca e apaixonada por fotografia. Acredita que fotos são a melhor forma de recordar momentos especiais. Escreve o blog Confissões de uma Estrangeira, no qual conta as curiosidades e dia-a-dia da vida na Ilha de Malta.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Blogagem Coletiva - Dezembro em minha casa

A Blogagem Coletiva das Mães Internacionais de hoje tem como tema "Dezembro em minha casa". 

As mães do grupo, espalhadas por vários países do mundo, escrevem como comemoram as festas de fim de ano em seus países, nas cidades onde moram e em suas casas, claro, porque os expatriados têm o costume de incorporar novas tradições sem deixar as suas de lado. Mas cada uma o faz à sua maneira, e esta diversidade é o que há de mais interessante por aqui. 


Vem com a gente e vamos descobrir, link a link, como é em cada casa!

Austrália - The jump of the Kangaroo

Canadá - Patitando 

Israel - Mamash

Holanda - De unha feita - em Amsterdam

Malta - Confissões de uma estrangeira

Portugal - Imensa vida


Quer contar também sobre os costumes na tua casa? Se você tiver um blog, escreve um post com esse tema e coloca o link nos comentários que nós o adicionamos à nossa lista. Se não tiver um blog, não tem problema. É só escrever um texto e mandar pra cá (maesinternacionais@gmail.comque publicamos pra você! Participe!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Santa Lúcia na Suécia e os meninos-biscoito

Ontem postamos um texto sobre o Dia de Santa Lúcia na Itália. Conheça hoje como são as festividades na Suécia.

Dia 13 de dezembro é comemorado o dia de Santa Lúcia na Suécia com grandes festejos. Parte das celebrações tradicionais inclui moças vestidas de Santa Lúcia, as quais se deslocam em grupos encabeçados por uma (geralmente) loira que usa na cabeça uma coroa de folhas com velas brancas (ou luzes), enquanto todas as outras apenas seguram nas mãos uma vela. A roupa é uma túnica branca com uma faixa vermelha. O Dia de Santa Lúcia é uma das poucas festividades religiosas ainda celebradas na Escandinávia.


Neste dia, a filha mais velha deverá servir o café da manhã bem cedo para os pais, com um vinho quente (típico), biscoitos de gengibre e bolos de açafrão, chamados de lussekatt. Vestida com um longo vestido branco, faixa vermelha na cintura e uma coroa de velas na cabeça, ela passeia pela casa cantando uma tradicional canção de Santa Lúcia. Ouvi dizer que depois de "pequenos acidentes" as velas foram substituídas por luzes com baterias ;)


Santa Lúcia é muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz. Muitas pessoas buscam, por meio da oração, obter cura para as doenças dos olhos ou da cegueira. A festa também é comemorada com concertos de músicas tradicionais a luz de velas (ou bateria, rs). São realizadas em igrejas e salas de concertos na cidade de Estocolmo.


As "Santas Lúcias" são selecionadas regionalmente por meio de concursos para realizar rituais públicos e atividades comunitárias nas cidades em toda a Suécia e depois é escolhida uma para representar o país. Naturalmente, a escolha da "Lúcia Nacional", organizado pela revista Arent Runt, é o evento que obtém maior atenção no país. A vencedora é coroada em uma suntuosa cerimônia, com a presença da realeza sueca. No dia 13 de dezembro, ela viaja em uma carruagem pelas ruas de Estocolmo vestida com luzes. Encerra-se a procissão em Skansen, o museu ao ar livre. Ali uma multidão já a espera com uma queima de fogos.



Foi em 1927 que a festa obteve caráter nacional, pela iniciativa de um jornal (Stockholms Dagbladet), que publicou o concurso para eleger a "Lúcia da Suécia", com a função de recolher doações para os mais necessitados. A competição foi um sucesso e Lúcia transformou-se em um dos símbolos da Suécia.

Nas escolas também acontecem comemorações com apresentações típicas de corais e danças. Em geral, as meninas se vestem de Lúcia, e os meninos de "meninos-estrela".

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Comidinhas de Santa Lúcia na Suécia

Bolinhos de açafrão: Se tiver interesse, aqui está o link para a receita em inglês. São bem tradicionais, tem para vender na maioria dos supermercados. Essa semana eu comprei um pacote com 5 na estação do metrô, feitos na hora, e custou 35 coroas. Mas no supermercado custam bem menos.


O tal vinho quente tem para vender nos supermercados aqui também. Na Ikea eles oferecem gratuitamente para os clientes nesta época do ano. Eu provei o de sabor maçã e não gostei muito. Inicialmente lembrava o "vinhão" que bebemos nas festas juninas do Sul do Brasil. Mas depois, achei que não era da mesma família, tem algo mais forte que não sei do que se trata.

Pepparkakor é um biscoito fininho à base de canela, gengibre e cravo que se come (muito) nessa época do ano.

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E como as crianças participam?

Na creche da Beatriz, no ano passado, as crianças foram vestidas não só de Santa Lúcia e meninos-estrela, havia também as de Santa Claus e as crianças Pepparkakor.


Como transformar uma criança em biscoito? Tchãraaaaaaaammm:



Tem fantasias para vender prontinha nas lojas.

E eles ficam assim:

* Detalhe no biquinho do piá.

O resultado da mistura toda é este:


Santa Lúcia, Santa Claus e Pepparkakor!

Agora clica aqui para ver quem se vestiu de Pepparkaka ontem em Estocolmo... Quem adivnhar ganha um biscoito (virtual) :P

Texto retirado e adaptado de vários posts sobre Santa Lúcia no blog Minha Aquarela

*Cíntia Anira é paranaense, morou em São Paulo, Recife, Dublin e Estocolmo, onde se tornou mãe da Beatriz e onde vive desde 2009. Além das (muitas) atividades de mãe, trabalha como personal trainer, estuda sueco e, mais do que isso, traduz um pouco da Suécia para os lusófonos, com humor e alto astral, no blog www.cintiaanira.blogspot.com

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Hoje é dia de Santa Lúcia

Eu sempre soube que o dia de Santa Lúcia (Luzia no Brasil), aquela santa com olhos em um prato, era comemorado dia 13 de dezembro e, quando vim morar em Verona, na Itália, descobri que aqui ela tem uma festa toda especial. Quer dizer, não só aqui, mas também em várias outras regiões e cidades da Itália, como Trentino, Udine, Bergamo, Brescia, Cremona, Lodi, Mantova, Piacenza, Parma e Reggio Emilia.

Segundo as histórias que li, a jovem Lucia era de uma família nobre de Siracusa e foi prometida em casamento a um jovem pagão. Sua mãe pegou uma grave doença e ela a acompanhou a Catânia, para visitarem o sepulcro de Santa Ágata. E foi ali que ela decidiu viver a castidade perpétua.

Na volta, ela renunciou ao casamento, vendeu todos os seus bens e doou aos pobres. O namorado, revoltado, começou a fazer várias denúncias, e ela foi presa e torturada diversas vezes, e no final foi decapitada.

Diz a tradição oral que ela, para não renunciar à sua cristiandade, arrancou seus próprios olhos e deu ao seu carrasco. Devido a esse ato ela foi pra sempre considerada a protetora da visão e seus devotos a invocam sobretudo para a cura de doenças nos olhos, cegueira ou mesmo para ter melhor visão da vida.

Aqui em Verona contam que, no século XIII, surgiu uma perigosa doença dos olhos, e muitas crianças adoeceram. Com o desejo de acabar com a epidemia, os pais e familiares dos doentes fizeram uma peregrinação até a igreja de Santa Agnese.

Para convencer as crianças que elas também deveriam participar e irem descalças, os pais prometeram que Santa Lúcia ia encher os sapatos e meias de todos com doces e frutas. Desde então, todos os anos, segundo a tradição veronesa, na noite entre o dia 12 e o dia 13, acompanhada com o seu burrinho, ela distribui doces e brinquedos às crianças boas. E, para aqueles que não se comportaram, ela dá pedaços de carvão (um doce com a cor e formato de carvão, as crianças morrem de medo de ganhar um, mas é muito difícil acontecer, acho que só aconteceu mesmo com o meu esposo, que ganhava todo ano do seu padrinho, rsrsrs )

Essa tradição aqui é muito forte, e o dia de Santa Lúcia è esperado pelas crianças com muito mais entusiasmo do que o próprio Natal, que é uma data mais religiosa e tem o Papai Noel, que muitos não consideram real.

Nos dias precedentes, todos falam da chegada de Santa Lúcia, e ela chega nas escolas e nas casas, mas as crianças não devem vê-la. Por isso, quando alguém diz que chegou Santa Lúcia, as crianças logo correm pra se esconderem, só os adultos falam com ela.

Todas as crianças escrevem cartas contando o quanto foram boas, prometendo continuarem assim e pedindo o presente que desejam ganhar dela.
Na noite do dia 12, a meninada deixa fora de casa um prato com salada ou farinha e leite para o burrinho, leite e biscoito pra santa Lúcia, e os maiores às vezes fazem uma poesia de agradecimento por ela ter vindo. 

Todas vão dormir cedo, com o desejo que Santa Lucia passe na sua casa.

No dia seguinte, se Santa Lúcia passou (ela passa sempre), a criançada encontra um prato cheinho de doces e o presente. Esse prato é chamado o Prato de Santa Lúcia, e muito pais presenteiam os filhos mesmo quando já são grandes. A minha sogra ainda hoje, no dia de Santa Lúcia, aparece com um prato pra meu esposo e sua irmã.

Para abrilhantar mais essa movimentação, todo ano em Verona acontece o tradicional mercadinho, na praça principal da cidade, a Piazza Brà, que fica cheia de bancarelas (I bancheti di Santa Lucia), onde se pode encontrar de tudo, de os doces tradicionais da Festa de Santa Lúcia, brinquedos e acessórios para o inverno a comidas típicas e coisas para casa. Vem gente de toda a Itália e dos países vizinhos. O mercado acontece nos dias 10, 11, 12 e 13 de dezembro.

Fui ao mercado especialmente pra fotografar e colocar aqui, mas fui sozinha com o meu bebê RN no carrinho, por isso as fotos não estão boas, tinha muita gente e eu morrendo de medo de descuidar do bebê, sem falar que ainda estou procurando um ser que sofra com o frio mais do que eu... 







A Santa Lúcia passa também aqui em casa, claro, e contarei sobre a sua passagem na blogagem coletiva do MI, do dia 17.


Meires Moreira - Cearense de Nova Olinda, mora desde 2008 em Verona, Italia. Tem uma filha espevitada e um lindo recém-nascido. Apesar da saudade do tudo de antes, sobretudo da minha família e do cotidiano no Brasil, está mais tranquila com a decisão de emigrar. Seu blog é www.umvasodenectar.blogspot.it

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

1000 fãs e o nosso primeiro sorteio!

Ontem atingimos a marca de 1000 "likes" na nossa fanpage lá no facebook!!!!

É um número relativamente pequeno, se comparado a outras fanpages mais populares, mas pra gente esse número redondinho significa muito. Afinal 1000 pessoas viram a nossa proposta, acharam interessante e resolveram clicar em "curtir" e isso é muito bacana! 

Resolvemos comemorar esse marco com o sorteio de um livro de Monteiro Lobato - O Picapau Amarelo!!!



Todos podem participar - Não precisa ser expatriado, nem morar no Brasil. Nós, que vivemos fora, sabemos como é legal quando um pacotinho chega no correio e, se for o caso, queremos poder proporcionar essa sensação para alguém. 

Mas e quem mora no Brasil? Não pode participar? Claro que sim! TODO MUNDO!!

Então, para participar do sorteio, as regras são essas:

1. Seguir nosso blog
2. Curtir nossa fanpage no facebook
3. Escrever seu nome, país onde mora, email e blog (se tiver) nos comentários
4. Se você compartilhar o sorteio na sua página do fb (e nos mandar o link), ganha outra chance de sorteio! E outra chance mais, se compartilhar no seu blog (e nos mandar o link também)

Isso tudo até o dia 26/12!


A Alemanha e seus incríveis mercados de Natal

A Alemanha é o país dos mercados de Natal: Nürnberg, Stuttgart, München e Berlim apresentam mercados imperdíveis! Em Berlim, são mais de 70 mercados de Natal e muitos deles com caráter único e produtos especiais que fogem ao trend "Made in China".

O meu preferido é o mercado de natal no histórico Gendarmermarkt*.



Magia do Natal nostálgico no Gendarmenmarkt

Certamente o mercado de Natal mais lindo e diversificado de Berlim. Em poucos anos, o Gendarmenmarkt tornou-se um espetáculo deslumbrante. Cerca de 600.000 visitantes de todo o mundo visitam o mercado com suas tendas (aquecidas!) de Natal, que são decoradas com cerca de 1.000 metros de luzes, mais de 1.000 bolas de Natal e 120 estrelas brilhantes.

A qualidade dos produtos dos mais de 150 expositores é a prova da popularidade e do sucesso da magia do natal no Gendarmenmarkt. O mercado conta ainda com artistas internacionais, que apresentam suas artes, como o mestre de dobradura de origami, a rainha do couro, a modista, o escultor de marfim de mamute, que trabalha com fósseis, o entalhador de Oberammergau e muitos outros que encantam os visitantes.

O Natal nesse mercado é uma festa também para o paladar: além de guloseimas tradicionais, como castanhas quentes, amêndoas torradas, pão com salsicha e vinho quente, também é oferecido um jantar fino, que contribui para a diversidade que nunca foi visto em outro mercado de Natal. 





* O Gendarmermarkt é um local tradicional com lindas igrejas, mas é também um dos lugares mais versáteis de Berlim e palco de muitos eventos culturais como o Festival das Luzes





 e o Festival de Música:




Claudia Bömmels - Depois de morar doze anos em Zurique, há cinco respira os ares de Berlim. Mora nessa cidade fantástica com a família. Escreve suas aventuras de viagens no Eu sei onde e em dezembro de 2012 lançou uma revista virtual: Brasileiros Mundo Afora